domingo, 23 de agosto de 2015

Designer propõe placas turísticas para a comunidade surda

TURISMO DE INCLUSÃO

Designer propõe placas turísticas para a comunidade surda

Projeto prevê símbolos em Libras para identificar 40 monumentos do Recife e de Olinda

Publicado em 08/02/2015, às 08h08

Cleide Alves

Exemplos de pictolibras sugeridos para as placas de sinalização turística / Arte criada por Maryna Moraes/JC sobre desenhos de Klesley Bastos e Giovana Caldas

Exemplos de pictolibras sugeridos para as placas de sinalização turística

Arte criada por Maryna Moraes/JC sobre desenhos de Klesley Bastos e Giovana Caldas

Nove anos atrás, os designers pernambucanos Klesley Bastos e Giovana Caldas elaboraram um calendário escrito em Braille, o sistema de leitura pelo tato. A dupla, agora, apresenta proposta para incluir sinais utilizados pelos surdos em placas de sinalização de pontos turísticos e culturais do Recife e de Olinda.
Com assessoria de dois surdos, eles criaram 40 símbolos baseados na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os desenhos, batizados pictolibras, representam a forma como o deficiente auditivo identifica o Alto da Sé, o bairro de Boa Viagem, a Casa da Cultura, o Convento Santa Teresa, o Marco Zero e o Mercado da Ribeira, entre outros locais.
A escolha dos monumentos levou em consideração a relevância do lugar, os sinais já conhecidos e as áreas de interesse da comunidade surda. “A primeira língua deles é a Libras. Levar essa língua para as placas turísticas é educativo para a população em geral, que passa a conviver com esses símbolos, e inclui o deficiente na sociedade”, comentam Klesley Bastos e Giovana Caldas.
O projeto foi selecionado pelo Fundo Estadual de Cultura (Funcultura 2013) e desenvolvido ao longo de 2014. Em dezembro passado, os designers apresentaram a proposta à Secretaria de Turismo e Lazer do Recife. “Também vamos procurar a Prefeitura de Olinda. A execução do projeto depende do interesse dos municípios”, diz Klesley.
Um a um, cada desenho era submetido aos consultores surdos Gleyde Christiane Veloso da Silva e Jadson Cristovão Rodrigues, que faziam as correções e ajustes necessários até os designers encontrarem o produto final. “Os desenhos são técnicos. Fizemos a partir das fotos que tiramos dos movimentos de mãos de Gleyde e Jadson, identificando os pontos turísticos”, explicam.
“O pictolibras é a adaptação de um sistema de linguagem bem sucedido, o pictograma (representação de objeto ou conceito com desenhos figurativos, como a mulher na porta do banheiro feminino), à Libras”, destaca Klesley. Segundo ele, o símbolo pode ser colado ao lado da palavra grafada em português. “Essa é uma alternativa, o formato vai depender de como a placa é confeccionada.”
Com projeto deles, a agenda 2015 do Centro Suvag de Pernambuco – escola bilíngue para pessoas surdas, fundada no Recife em 1976 – adicionou o nome dos meses do ano em pictolibras. “Nós já desenvolvemos trabalhos com o centro. Creio que o designer precisa se aproximar mais dos temas de inclusão e acessibilidade. A categoria foi pouco requisitada e nos ocupamos pouco da questão. Mas temos muito a contribuir com a comunidade surda”, afirma Giovana.
Psicopedagoga e professora de educação especial da rede estadual de ensino, Jaidenise Azevedo considera válida a iniciativa. “O surdo alfabetizado lê o português, no entanto uma placa sinalizada também em Libras faz com que ele se sinta incluído, além de ajudá-lo a se orientar melhor. E é sempre interessante algo novo na inclusão dos deficientes”, declara a professora.
RECIFE
A Secretaria de Turismo e Lazer do Recife recebeu o projeto com entusiasmo, mas informa que as placas de sinalização seguem um padrão determinado pelo Ministério do Turismo. De acordo com a secretaria, a proposta foi encaminhada ao Ministério e a prefeitura espera a resposta, para saber se pode ou não acrescentar os pictolibras nas peças.
De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 344.206 pessoas surdas no País. Desse total, 14.217 são de Pernambuco. A Língua Brasileira de Sinais é reconhecida e aceita como a segunda língua oficial brasileira desde 2002, com a Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Em 2005, por meio do Decreto nº 5.626, a Libras foi regulamentada como disciplina curricular.

O batuque que nasce do silêncio

O batuque que nasce do silêncioCom alfaias, os músicos surdos tocam ritmos tradicionais como o maracatu guiados por luzes e vibrações. A banda Batuqueiros do Silêncio é uma das atividades da Associação dos Surdos de PE

Thais Arruda - Diario de Pernambuco
Publicação: 01/08/2015 18:12 Atualização:
Para tocar na banda os surdos são guiados por luzes e vibrações. Fotos: Brenda Alcântara/Esp DP/D.A.Press
Para tocar na banda os surdos são guiados por luzes e vibrações. Fotos: Brenda Alcântara/Esp DP/D.A.Press
Nas esquinas e bancos da Avenida Conde da Boa Vista, no Recife, um grupo de pessoas surdas se reunia para conversar. Pouco antes de 1985, o grupo ainda improvisava um espaço de convivência, sonhando com o dia em que poderiam ter um lugar próprio. E conseguiram. Há 30 anos era criada a A Associação de Surdos de Pernambuco (ASSPE), além das conversas eles aproveitaram o espaço para atividades culturais. Umas delas é uma espécie de xodó de quem não ouve, mas enxerga a música. A banda Batuqueiros do Silêncio, não faz apenas barulho, mas também realiza sonhos. 

O grupo musical trouxe uma nova maneira de mobilizar a comunidade surda. A iniciativa de trazer a música para surdos partiu de Irton Silva, 42 anos, mais conhecido como Batman. “O resto é silêncio”, curta metragem brasileiro que inspirou a criação de projetos de música para surdos recifenses, também foi essencial para a base do grupo de batuqueiros.

“Em abril de 2009, eu não sabia nada de libras, mas aceitei o desafio. Quando cheguei com a proposta de levar música para surdos, percebi uma reação negativa das pessoas e uma superproteção com quem é surdo. Após aulas de teoria musical fiz o teste com o metrônomo visual”, relatou Irton Silva.

O metrônomo visual é um aparelho de madeira semelhante a uma extensão elétrica que funciona com diversas lâmpadas. Cada lâmpada tem uma cor ou intensidade diferente, o que determina a intensidade da nota musical. 

Com alfaias, os músicos tocam ritmos tradicionais como o maracatu guiados por luzes e vibrações. “Eu tinha vontade de participar de um coral de libras, mas muitas pessoas diziam que não faria sentido um surdo participar de um coral, já que não tinha som. Apesar de ter sido desmotivada eu encontrei no Batuqueiros do Silêncio meu caminho”, afirmou Karina Guimarães, 30 anos, membro do grupo. 

Hoje, cerca de 1,5 mil surdos usam o espaço para ajudar a superar as adversidades do dia a dia. “Convivendo com ouvintes eu só me comunicava através da leitura labial. Após passar um tempo na Alemanha um amigo me falou sobre a ASSPE e eu decidi conhecê-la. Ao voltar para Pernambuco fui apresentado a uma linguagem própria e a um amplo convívio social”, contou René Ribeiro, 38 anos, presidente da associação.

Estudantes da UnB fazem filme sobre comunidade surda

Estudantes da UnB fazem filme sobre comunidade surda

Criado em  21/08/15 15h45 e atualizado em 21/08/15 15h57 
Por Revista Brasília- Rádio Nacional de Brasília Fonte:EBC Rádios

Produzido por estudantes durante estudo da disciplina de Argumento e Roteiro da Faculdade de Comunicação, da Universidade de Brasília (UnB), há dois anos, o filme Cóclea conta a história de um casal de surdos, onde a moça faz um implante coclear que é um aparelho em que o surdo pode ouvir, mas a cirurgia dá problema.

O enredo se refere à polêmica do implante coclear, pois dentro da própria comunidade surda, o tema não é consenso e encontra resistências.

A diretora do Projeto Cóclea e roteirista Isabela Lima diz que a comunidade surda quase não aparece na mídia e quando aparece é de forma estereotipada e engraçada. Por isto, o filme quer mostrar a realidade deles, como são e como vivem.

A produção do filme é conjunta com Júlio Seabra e uma equipe com quase 30 estudantes da universidade e conta com recursos de doações por meio da Internet. Confira as informações sobre o filme Cóclea no áudio do Revista Brasília:

sábado, 15 de agosto de 2015

“Um olhar sobre a identidade surda” de Maria do Socorro E. Da Silva. Por Maykon Lopes


No País em que vivemos atualmente a surdez é visto como uma deficiência que exclui os indivíduos do convívio com o resto da sociedade, estes são incapazes de se comunicar oralmente não são incluídos dentro dos costumes corriqueiros da sociedade ouvinte. A LIBRAS (Língua Brasileira de sinais) surgiu como um mecanismo de identidade dos surdos, por meio desta os surdos conseguem se comunicar entre si e também com a comunidade ouvinte, isto foi uma grande conquista para todos os surdos pois até bem pouco tempo atrás eles eram obrigados a praticar a língua falada mesmo sem condições, isto era uma imposição da sociedade da época, e hoje a LIBRAS é um direito garantido por lei ao surdo, então daí a importância de que professores da rede pública e particular de ensino dominem a Linguagem Brasileira de Sinais para que o surdo possa estudar em qualquer escola.
Para o Indivíduo surdo a palavra cultura significa uma afirmação da sua identidade peculiar e específica onde se centraliza seu espaço linguístico, o surdo vive uma espécie de comunidade onde estes são social e politicamente organizados e comungando espaço também na comunidade ouvinte.
Existem alguns tipos de identidades surdas segunda Nídia Limeira de Sá (2001), a Identidade surda (identidade política )  esta está fortemente ligada comunidade surdas, possuem características regionais e carregam com si a linguagem de sinais, A Identidade surda híbrida são surdos que nasceram ouvintes e por causa de doenças ou acidentes perderam a audição, estes conhecem a estrutura do português falado, já a identidade surda embaçada é a representação estereotipada da surdez ou desconhecimento da mesma por questão cultural, estes indivíduos foram aculturados pela sociedade ouvinte e são considerados deficientes, incapazes e até retardados pela sociedade ouvinte, a identidade surda de transição são surdos oralizados mantidas numa pura sociedade auditiva como exemplo filhos de pais ouvintes que possuem o contato tardio com a língua de sinais e estão nesta transição do mundo oral para o mundo visual. Ainda segundo Nídia a identidade surda intermediária são sujeitos com a uma baixa porcentagem de surdez que preferem adotar aparelhos auditivos, treinamentos orais, amplificadores entre outros equipamentos. A identidade surda incompleta são surdos que não conseguem quebrar o poder dos ouvintes que fazem de tudo para lhes medicalizar e negam a identidade surda como uma diferença, já a identidade surda de Diáspora apresentam divergências de identidade de transição pois estes estão presentes em surdos que passam de um país para outro são características específicas.

O texto da autora tem com objetivo informar e conscientizar a toda comunidade ouvinte que os surdos devem ser respeitados por igual, não devem ser diminuídos porque não usam a comunicação oral e que se deve respeitar e aprender LIBRAS para a maior interação com os estes. Os surdos são iguais a todos apenas não se comunicam de forma oral e sim visual e cada vez mais escolas, repartições públicas devem se preocupar com os surdos, para oferecer a eles a acessibilidade e assim tornar um país mais igualitário.

Ensino da música é possível aos Surdos??

Existe um preconceito muito grande em relação a música para surdos. Muitos acham que, se há algum valor um surdo entrar em contato com música, este se deve somente ao fato de colaborar na oralização dos mesmos. Isso não é verdade, se dermos oportunidade para pessoas surdas aprenderem música, elas se interessam e muito.

Música é som? também...e som é vibração. Música é movimento?...também...e movimento é vida, é intenção, é expressão. Logo, o surdo não pode “ouvir” o que está acontecendo, mas pode sentir através da vibração e compreender através do movimento as intenções musicais.
A primeira grande dificuldade numa aula de música para surdos é a comunicação. Por isso, um professor de música, a meu ver, precisa saber LIBRAS minimamente para poder passar o conteúdo de sua aula. A segunda dificuldade é que certas expressões musicais tais como “tocar no tempo”, valor das figuras musicais, etc, são muito difíceis de serem expressas em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) pois o vocabulário se difere MUITO do português.
Musicalmente falando, o primeiro grande desafio é fazer o surdo se concentrar e compreender a importância de se manter uma pulsação. Então, sempre começo com exercícios de concentração e pulsação. Num segundo momento introduzo a leitura rítmica musical, pois o fato de aprender a ler as figuras colabora em muito com a organização neurológica dos alunos e facilita a compreensão musical. Paralelo a esse trabalho, faço vários exercícios psicomotores e alguns para ampliar a sensibilidade tátil e “percepção” do som através das vibrações.
Questões importantes a serem consideradas na hora da aula de música é o quanto os alunos possuem ou não de resíduo auditivo e como utilizar os instrumentos musicais para maximizar a aprendizagem do aluno. Há aqueles que percebem melhor os instrumentos graves, outros preferem os agudos, pois os graves “machucam” o ouvido. Muitos alunos apesar de serem surdos possuem hipersensibilidade auditiva e isso quer dizer que são hiper sensíveis a determinados sons. O professor precisa estar atento a isso, pois expor um aluno desses a muito som pode fazer com que ele perca o pouco que possui de resíduo auditivo.
Outra questão importante é quanto ao aparelho auditivo. Muitos acreditam que se o aluno usar aparelho está tudo resolvido. Muito pelo contrário, em minhas aulas de música geralmente os alunos que utilizam aparelho os tiram na hora da aula, pois a função do aparelho é ampliar a “sensação” auditiva do som ao redor e não fazer a pessoa ouvir. Sendo assim, na aula de música o aparelho as vezes atrapalha pois confunde a pessoa se houver por exemplo, vários instrumentos sendo tocados ao mesmo tempo.
Enfim, a aprendizagem musical por parte do surdo também precisa ser discutida no universo pedagógico musical. Esse é um campo ainda pouco explorado no Brasil. O que não podemos esquecer é que se música é importante para TODOS então é importante também para os surdos.

Veja outra matéria relacionada ao assunto:
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/alunos-surdos-cantam-dancam-interpretam-aula-arte-611922.shtml?page=1

Cada vez mais pessoas estudam LIBRAS

O numero de pessoas que veem aprendendo LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) está aumentando cada dia mais, isso é muito importante, pois é uma forma de incluir pessoas com deficiência na sociedade. A inclusão vem tomando força cada vez mais, a realidade é esta, e é inegável e deve acontecer. O uso de LIBRAS, não é unicamente importante por isso; paras os deficientes que utilizam esse método para comunicar-se, é como uma nova porta de conhecimento que se abre para eles, e os tornam iguais a todos, assim essa linguagem de sinais funciona, como mais uma forma de unir o ser humano.
O estudo de LIBRAS é de extrema importância pois é partir dela que damos a acessibilidade a comunidade surda de comunicar entre si e também entre a comunidade ouvinte. Na atual sociedade, existem muitos preconceitos de várias formas, e um deles é o preconceito com o deficiente auditivo, pois este muitas vezes não tem acessos a serviços importantes ou a entretenimento de qualidade, a LIBRAS ela proporciona muito da comunicação entre surdos e a comunidade ouvinte.
https://www.youtube.com/watch?v=ZfoxJw48EKg


Este link do youtube, mostra sobre 8 filmes que foram lançados, falando sobre a surdez.


Ass: Lucio CLeano Carvalho Batista